Quinto dia
Hoje acordei mais aliviado,
afinal de contas meus companheiros de viagem Nilton, Edison e Ricardo, chegaram
ontem a noite. Não tenho com o falar de pessoas que acabei de conhecer, mas
como todos falam essa raça que anda de motocicleta é muito doida. Se alguém nos
visse conversando no bar ontem a noite, iria dizer com toda certeza que éramos
amigos de longa data. A relação de motociclistas é uma coisa indescritível.
Como combinado na noite
anterior, nosso dia começou cedo, pois teríamos que passar na aduana brasileira
para apor um carimbo no passaporte e em seguida providenciarmos nossa entrada
em território boliviano na aduana daquele país.
Saímos do Hotel por volta
das 08h00minh, abastecemos as motos, sendo que nesse momento, Eu e o Ricardo
também enchemos os galões reservas, o Nilton não precisava de galão adicional,
pois a moto tem um tanque de combustível enorme, já o Edison, segundo fiquei
sabendo depois, não encheu os galões reservas, porque não consegui soltá-los.
Após o abastecimento fomos diretos para a aduana do Brasil, estacionamos as
motos no lado brasileiro e fomos atendidos tranquilamente após preenchermos um
formulário de saída e em seguida liberados para o registro na Bolívia.
Ao chegarmos à aduana
boliviana, que fica a cerca de 300 metros, nos deparamos com um fila enorme,
para os trâmites de entrada. Entramos na enorme fila para o registro de
entrada; E lá estávamos nós conversando com um e com outro, quando o Nilton foi
até a sala de um funcionário boliviano e conseguiu que fossemos atendidos fora
da fila, o que agilizou o processo do preenchimento do formulário 249 e do
carimbo de entrada em nossos passaportes. O próximo passa era levar a moto até
a outra repartição e solicitar no policial que fizesse a vistoria nelas para
seguirmos nossa viagem. Para surpresa geral, tivemos que preencher o formulário
250 e ainda tirar cópia, do carimbo da aduana brasileira, do comprovante do
formulário 249, do documento da moto e das páginas com a foto no passaporte
(esses últimos já tínhamos as cópias). Terminado o processo, fomos informados
que deveríamos passar na polícia de trânsito em Puerto Soares, para pegar uma outra
autorização para andarmos pelo país. Que burocracia é essa minha gente!.
Após todo o trâmite
burocrático, resolvemos voltar a Corumbá para lanchar, o que acabou sendo um
almoço, pois já eram cerca de meio dia e a fome já incomodava. Aproveitei a ida
a Corumbá e fui ao banco para retirar dinheiro para fazer o câmbio na Bolívia,
O valor pago por cada real no câmbio foi de $b2,15. Feito o câmbio nos
dirigimos ao posto policial para pegarmos a tal autorização.
Chegamos no posto e fomos
recebidos pelo oficial de plantão que nos cobrou a singela tarifa de $b50,00 pela
a nova autorização. Enquanto a autorização era confeccionada, começamos a tirar
algumas fotos como lembrança. Confesso que foi engraçada essa parte, como
“moleques” que somos, começamos a tirar foto com o boné do policial, dentro da
delegacia e depois em frente ao símbolo na parte externa. (risos). Quando a
farra acabou nos dirigimos à carretera e partimos em direção a Santa Cruz de La
Sierra, por volta das 14h30min.
A estrada é muito boa,
muitas retas, mas um pouca perigosa, visto que inúmeros animais, ficam soltos
pela rodovia.
Andamos cerca de três horas,
até chegarmos à cidade de Roboré, sendo que no trecho final, estava andando a
80km por hora, uma vez que minha gasolina estava dando sinais de acabar o que
não aconteceu, graças a Deus.
Bom, uma coisa que gostaria
de relatar aqui como diferencial, é o preço da gasolina cobrada de estrangeiros,
pula de cerca de $b3,78, o equivalente a R$1,75 para $b8,68, que se aplicarmos
a taxa de cãmbio equivale a R$4,03 um verdadeiro absurdo, mas está valendo.
Agora são 22h59min horas
aqui Roboré, já na Bolívia, andamos 280kms hoje, abasteci cerca de 18,44
litros, média de 15,21Km/L, temperatura ambiente por volta dos 28 graus estava
um pouco quente, mas agradável.