segunda-feira, 14 de agosto de 2017

AS HISTÓRIAS NÃO CONTADAS. – NONAGÉSIMO SEGUNDO DIA




Nonagésimo segundo dia.



Hoje termino de contar essa aventura que durou noventa e dois dias, foram dias maravilhosos, grandes aventuras e também a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que junto comigo viveram essa aventura, sejam elas as que comigo foram viajar ou simplesmente curtiram essa viagem através do blog.

Foram onze países e cerca de sessenta cidades que conheci, relaciono aqui as que dormi, para que possam lembrar de cada uma delas e se quiserem recordar ler os textos que escrevi no final de cada dia. Começo pelo  BRASIL: Paranaíba, Campo Grande, Corumbá, BOLÍVIA:  Roboré, Cochabamba, La Paz, PERU: Copacabana, Puno, Arequipa, Ocana, Nasca, Lima, Chiclayo, Huaquilas, EQUADOR: Tumpaco, Quito, Pesto, COLÔMBIA: Pasto, Cali, Medelin, Sincelejo, Cartagena de ìndias, Bello, Bogotá, PANAMÁ, Cidade do Panamá, David, COSTA RICA:  Puncarena, Libéria,  NICARÁGUA: Manágua, HONDURAS: Tegucigalpa, GUATEMALA: Chiquimula, Heuheutemango, Cidade da Guatemala, MÉXICO: Arriaga, Marquelia, Acapulgo, Matehuala, Heróica Matamoros, Monterrey, Isla,  EUA: Nova York, Washington, Forpayne, Hankamer, Laredo, San Antônio, Artesia, Galup, Kingman, Las Vegas, Firebaugh, Lovelook, Green River, Minden, Pitsburg, Straford.

A viagem como já disse foi maravilhosa, mas também cheia de riscos, foram estradas sinuosas, com grande volume de ônibus e caminhões, serras intermináveis, chuva, rios transbordando, policiais corruptos e acidentes.

Nessa viagem só não contei dos acidentes, pois não queria deixar minha família preocupada e tampouco a do Nilton, Ricardo e Gaúcho, mas felizmente tudo não passou de um susto.

O primeiro tombo que tomei foi na rodovia da morte na Bolívia no dia 02/05/2017. Saímos cedo do hotel para conhecer a RUTA DE LA MUERTE ou DEAD ROAD como é conhecida internacionalmente. Chegamos no início da estrada e como já tinha comentado, meu ABS parou de funcionar. Pensei comigo. Ah! Vai ser só subida mesmo e como vamos andar devagar, não vou precisar de ABS. Começamos a subida de forma tranquila, eu por último, ia tirando fotos com o celular, ficando cada vez mais maravilhado com a paisagem. Em certo momento, vi que tinha um pequeno trecho mais íngreme e como estava tirando fotos, coloquei o celular no bolso e me preparei para transpor o pequeno morro. Iniciei a subida de segunda marcha e no meio dela a moto começou a bater pino e a sensação de que ela ia apagar fez com que eu tentasse voltar para a primeira marcha. Não deu. Apertei o freio e para meu desespero a moto começou a voltar de ré. Olhei para a direita e era só abismo, olhei para a esquerda e só tinha pedra, Meu Deus! O que faço agora? Tombei o corpo para a esquerda e só senti meu rosto batendo nas pedras. Por sorte o local que bati foi em uma pedra chapada. Senti o sangue jorrar do nariz, fiquei branco como giz. Nesse momento percebi que vinha um pessoal nativo me socorrer, era muito sangue. Olhei para a estrada mais a frente e vi o Nilton e o Ricardo descendo correndo, já perguntando se eu estava bem. Respondi que sim, que só estava um pouco assustado. Nossa! o sangue escorria que era uma beleza, mas graças a Deus não quebrei nada, foi apenas o susto. Ricardo levou a moto para um local mais seguro logo acima de onde tinha caído e eu fui andando atrás já pensando como ia explicar o ferimento no nariz. Foi aí que combinamos que iríamos falar que fui alvo de uma pedra por estar com o capacete aberto. Na verdade fui, mas eu que fui de encontro a ela.

O outro tombo foi no dia 31/05/2017, estávamos já na Guatemala, indo em direção a Heuheutenango, tudo corria bem, quando nos deparamos com um trânsito infernal na cidade de Chimaltenango, vi que o pessoal de moto passava pelo acostamento e lá fui eu atrás, devagar. Não sei o que fiz, só vi quando bati na roda de um caminhão que trafegava devagar e girei em cima da moto. Bati com as costas em um estribo de uma camionete que estava parada no acostamento. Nossa que dor. Vi o Nilton se aproximar e perguntar se eu estava bem, falei que sim. Por sorte não cai em baixo do caminhão e nem a moto caiu em cima de mim. Levantei rápido, mas a dor era intensa. Ficamos uns cinco minutos parados enquanto eu pagava ao cidadão, o conserto da porta da camionete. Nem um arranhão nela, mas como estava errado paguei. Seguimos em frente e logo no primeiro posto paramos. Quase desmaiei de dor quando desci da moto. Nilton e Ricardo insistiram para que eu fosse ao hospital local, acabei concordando pois era muita dor. Chegamos ao hospital e fui muito bem atendido, tirei uma radiografia e nada de costela quebrada, comprei os remédios que o médico receitou e andamos até chegar ao nosso destino do dia.

Bom tirando tudo isso, agradeço a DEUS por ter me segurado nessas duas quedas, se Ele não estivesse comigo, teria acontecido algo muito pior.

Bom finalmente encerro hoje meu blog. Novamente agradeço os quase 42.000 acessos, mais de 800 comentários e 31.000 Km rodados. Infelizmente não consegui voltar pilotando como queria.

Quero agradecer novamente ao Nilton, Ricardo e Edison por terem me aceitado no grupo, foi muito bom viajar com vocês.

A cada dia que vivemos nossas experiências, estas servem para nos fortalecer e nos tornar capazes de enfrentar desafios cada dia maiores.
Rocha


Obrigado, beijos fiquem com Deus















domingo, 23 de julho de 2017

HÁ TEMPO, MUITO TEMPO. – NONAGÉSIMO PRIMEIRO DIA





Nonagésimo primeiro dia.

Hoje vou começar meu texto com a música do Belchior, que foi cantada com maestria pelo meu amigo Rangel Faria, quando ainda estava em Straford nos EUA. Essa música sempre vai fazer parte da minha história, primeiro por traduzir um pouco esse tempo que estou longe de casa e por outro lado por me fazer lembrar da Manuela, Grasiela e do Rangel que me acolheram em sua casa como se fosse um parente bem próximo.

“Tudo Outra Vez
Belchior
 
Há tempo, muito tempo
Que eu estou
Longe de casa
E nessas ilhas
Cheias de distância
O meu blusão de couro
Se estragou
Oh! Oh! Oh!

Ouvi dizer num papo
Da rapaziada
Que aquele amigo
Que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé
Já se mandou
Oh! Oh! Oh!

Sentado à beira do caminho
Pra pedir carona
Tenho falado
À mulher companheira
Quem sabe lá no trópico
A vida esteja a mil

E um cara
Que transava à noite
No "Danúbio azul"
Me disse que faz sol
Na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam
No coração do Brasil

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo Saudade
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar

Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar

Até parece que foi ontem
Minha mocidade
Com diploma de sofrer
De outra Universidade
Minha fala nordestina
Quero esquecer o francês

E vou viver as coisas novas
Que também são boas
O amor, humor das praças
Cheias de pessoas
Agora eu quero tudo
Tudo outra vez

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo Saudade
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar

Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar
Hum! Huum!”

Nessa segunda parte do texto, quero falar de quatro pessoas que marcaram muito essa aventura que começou no dia 24/04/2017 no bairro Santa Mônica em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais.

Quero pedir licença a “marmanjada” que me ajudou, tirando seu tempo para pesquisar e correr atrás das coisas que eu lhes pedia, mas nesse antepenúltimo texto do blog, quero agradecer a quatro mulheres que fizeram parte dessa grande aventura, cada uma com seu jeito de participar.

A primeira delas é uma pessoa que me ajudou espiritualmente. Há muito tempo que não frequentava uma igreja e Érika me convenceu a ir. Estava precisando muito, meu coração estava muito dolorido e foi conhecendo uma forma diferente de ver a palavra de Deus, que consegui suportar, conviver e agora entender muita coisa que vem acontecendo comigo. Durante toda a minha viagem assumi um compromisso com Érika de ler a Bíblia todos os dias, em alguns momentos confesso que não li, mas passei a cumprir minha promessa todos os dias. Sei que Deus tomou conta de mim, nessa viagem, senti a mão dele por diversas vezes me tirando de perigos inimagináveis e sei que ele sempre vai olhar por mim. Quero agradecer a você Érika por não ter me abandonado e não deixar que eu também abandonasse sua família, vocês são parte importante na minha história e peço a Deus que continue de iluminando sempre, que você seja guia para outras pessoas, pois você é uma pessoa de Deus.

A segunda é a Rita Alvim que também participou ativamente do blog, mandando mensagens engraçadas, de incentivo, carinhosas. Muitas vezes pensei em parar de escrever, mas via que Ritinha representava uma série de pessoas que ficavam ansiosas por ler meus textos e assim continuava a escrever todos os dias, pensando como seria a reação do pessoal em casa, tendo a oportunidade de viajar comigo uma viagem maravilhosa, apesar dos últimos acontecimentos. Obrigado Ritinha, na sua pessoa homenageio todos que mandaram seus comentários sejam eles registrados no face ou no Blog.

A terceira, não conheço pessoalmente. Só a conheço por foto e por vídeo. Obrigado Cintia, por ter sido minha companheira diária nessa viagem. Obrigado pelas palavras carinhosas de apoio, pelos longos papos em vídeo, pelas longas conversas no WhatsApp, pelo incentivo em continuar em frente, por se preocupar quando sentia dores no final do dia. Por estar sendo essa pessoa maravilhosa que têm sido ao longo desses noventas dias de amizade virtual. Toda vez que parávamos para descansar, confesso que minha maior vontade era de conseguir a senha do Wi Fi, para falar com a desconhecida. Os Catarinas e o Gaúcho pegavam no meu pé, mas sei que vai valer a pena te conhecer pessoalmente.  Através de você homenageio todos aqueles amigos que virtualmente acompanharam essa minha viagem ao Alaska, que acabou não se realizando pessoalmente, mas através de dois grandes novos amigos Nilton e Ricardo.

A quarta é uma pessoa que amo muito. Tentei lembrar aqui como nós a chamávamos lá em casa. Desculpe AP, minha irmã caçula que nos últimos dias, virou minha secretária ai no Brasil, correndo atrás de informações, de empresas, perdendo o seu tempo, comigo. Tá! Sei que você esta falando aí que não foi perda de tempo, mas tomei um pouco dele, não é mesmo? Não esperava outra coisa de você a não ser isso. Pois sei que você sabe que qualquer um de nós faria a mesma coisa, afinal de conta o Pirecão e a Bê, nos ensinaram muito bem a nos amarmos. Ana, você representa aqui nossa família e agradeço a todos, que correram atrás para resolver essa questão dos últimos dias. Através de você também homenageio, queridos amigos que deixarem seu trabalho para me ajudar. Obrigado por tudo minha irmãzinha querida. TE AMO MUITO. Obrigado de coração.

Bom, espero que vocês me desculpem por escolher essas quatro mulheres maravilhosas que fazem parte da minha vida.

Agora só volto a escrever, depois que o Nilton e o Ricardo chegarem a suas respectivas casas. Aí sim, vou dar por encerrada essa aventura histórica para mim.

O blog vai alcançar a expressiva marca de 40.000 visualizações, obrigado a todos.

Até o penúltimo texto então, Porque o último a DEUS pertence decidir.



Obrigado, beijos fiquem com Deus.









DAQUI A POUCO #PARTIU BH – NONAGÉSIMO DIA




Nonagésimo dia.

E lá se vão três meses de estrada. Nossa! Nunca tinha ficado tanto tempo fora de casa, ainda mais andando de moto.

Nesses últimos dias, tenho recebido diversas mensagens de apoio de amigos e de pessoas que não conheço. Isso é muito bom, faz bem para a alma.

Dos meus amigos recebo WhatSApp todos os dias, sejam eles nos grupos em que participo ou da lista de transmissão que criei para divulgar a publicação dos textos no blog.

Queria falar um pouco das mensagens que tenho recebido, inclusive do Fellipe meu filho que “me chamou a atenção” ontem.

Aos meus amigos quero dizer que com certeza, DEUS me mandou sinais para eu não continuar a viagem, que Ele esta tomando conta de mim, por isso não deixou que eu continuasse a viajar, principalmente sozinho.

Quero aproveitar aqui e agradecer a Fernanda Carvalho da empresa ATLAS COMÉRCIO EXTERIOR, que esta levando a M de volta ao Brasil, muito obrigado pela agilidade e compromisso em resolver minha situação aqui na Cidade da Guatemala. 

Segunda-feira estou começando meu retorno ao Brasil, espero voltar com segurança.

Hoje foi dia de fazer a barba, beber uma michelada, ficar bonitinho (risos) se isso é possível, pois quero chegar em BH renovado, pois tenho um encontro marcado com uma pessoa especial, que todas os dias me ajudou a superar a solidão, principalmente nesses momentos mais críticos.

Agradeço novamente a todos que tornaram essa situação possível.

Beijos fiquem com Deus.













sábado, 22 de julho de 2017

ACABOU A AVENTURA, SONHOS DESTRUÍDOS – OCTOGÉSIMO NONO DIA




Octogésimo nono dia.

Está chegando a hora de terminar minha aventura.

Infelizmente o sonho de cruzar todas as Três Américas de moto, indo e voltando pilotando, foi cessado por causa de uma empresa que não deu valor a um cliente que decidiu por comprar sua moto pelo nome mundialmente conhecido. Então quero agradecer a BMW:

Obrigado BMW, por ter me deixado sozinho aqui. 

Obrigado BMW por terminar com minha viagem aqui na Cidade da Guatemala talvez estivesse parado agora no meio do nada.

Obrigado BMW, por ter respondido formalmente meu e-mail, quando na verdade queria uma solução para os constantes problemas que me fizeram abortar minha viagem.

Obrigado BMW, por não me deixar seguir viagem com meus amigos Nilton e Ricardo.

Obrigado BMW, por acabar com o sonho de realizar a maior viagem da minha vida.

Obrigado BMW, por me deixar aqui reclamando ao vento.

Obrigado BMW, por não garantir que suas concessionárias pelo menos garantissem o serviço executado anteriormente.

Obrigado BMW, afinal de contas fui eu que escolhi a marca e não vocês que a impuseram.

Obrigado BMW, por não me deixar sentir o vento no rosto e sim sentir o ar condicionado de um avião e avistar as paisagens por onde estaria curtindo a vida como ninguém.

Obrigado a DEUS, por eu estar vivo e pronto para retornar ao Brasil, para reencontrar minha família e meus amigos queridos.

Para vocês deixo essa mensagem abaixo:

Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa. (Isaías 41:10)’

Beijos fiquem com Deus


sexta-feira, 21 de julho de 2017

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE – OCTOGÉSIMO OITAVO DIA





Octogésimo oitavo dia.

Ontem publiquei no blog a minha desesperança com a empresa BMW, quero deixar claro que não reclamei da motocicleta ela é fantástica, de dá segurança e conforto, tanto é que em alguns momentos da viagem andei mais de 1.400Km em um único dia. O que estou reclamando é a falta de atenção, compromisso, atendimento ao consumidor e além de tudo a inexplicável cobrança de serviços que pelo menos deveria ter uma garantia.

Minha moto ficou pronta. Pronta? Não. Montaram a moto e ela continua com o barulho. Cansei. Vou olhar essas coisas no Brasil.

Ontem finalmente consegui uma empresa para transportar a moto para o Brasil, depois mais para frente vou passar para todos o nome da empresa, que me tratou como todo cliente deve ser tratado com respeito e com celeridade.

Estou daqui a pouco de volta ao Brasil, então para arrumar umas coisas aqui, voltei a BMW e pedi que todos os líquidos da moto fossem retirados. O duro é que acabei de trocar o óleo do motor e o óleo do cardã, mas é uma exigência que eles fazem por considerar a moto um bem perigoso de ser transportado.

Agora é esperar que as coisas se resolvam satisfatoriamente. Vou passar abaixo o endereço de e-mail do SAC DA BMW, foi difícil encontrar, espero que se alguém precisar não precise procurar muito.

Obrigado a todos que compartilharam minha postagem no Facebook e também a todos que fizeram seus comentários no Blog e no Face, espero que minhas respostas tenham atendido a todos.



Beijos fiquem com Deus