terça-feira, 4 de abril de 2017

ALASKA, UM SONHO PARA SE VIVER.

Já faz quase três anos que fiz minha última grande viagem. Nesse intervalo, fiz pequenas viagens, para São Paulo, Rio de Janeiro em Macaé na casa dos amigos Leu, Maria e Victor, mas estava faltando algo. Alguma coisa para preencher um vazio. Alguma coisa que me fizesse feliz novamente. Então daí surgiu o sonho de ir para o Alaska.




Como na vez anterior, recorri ao site do mochileiros.com para buscar relatos de viagens e quem sabe encontrar outros parceiros para a viagem. Foi o que fiz. Encontrei o Jeferson de Sabará e começamos a conversar em dezembro de 2016 sobre a possibilidade de irmos em abril de 2018.

Nessas nossas conversas, achamos interessante nos conhecermos, afinal de contas a proposta da viagem é para cerca de quatro meses de convivência, finalmente nos encontramos em Sabará.

Após nosso primeiro encontro, onde basicamente nos conhecemos, começamos a participar de um grupo de WhatsApp, para trocarmos ideias e dúvidas sobre a viagem. Infelizmente e confesso para minha decepção, pois já contava em ir para o Alaska em 2018, o prazo inicial foi proposto para 2019 ou 2020. Nossa! Fiquei muito mal. Entendo a posição de cada envolvido e aceito. Mas não esperava. O que fazer?

Não dormi direito aquela noite, putz! Acabou o sonho? Ah! Como tinha falado com o Jeferson, naquela ida a Sabará, se eles não fossem, iria sozinho para a Europa em 2018, iria andar pelos Alpes entre outros lugares.

Na semana seguinte, recebi um áudio do Jeferson, falando sobre um pessoal de Santa Catarina que iria em Abril de 2017. Nossa! Fiquei extremamente excitado, novamente aparecia na minha porta uma nova possibilidade de viajar para o Alaska e não perdi tempo, entrei logo em contato com o Nilton, para iniciarmos tratativas para eu ir junto.

Logo que entrei em contato com Nilton, fui adicionado em um outro grupo no WhatsApp. Fui muito bem recebido pelo Nilton, Edison e  Ricardo, inclusive pelo Jeferson que também faz parte do grupo e iniciamos as tratativas, para essa aventura.

Um dos grandes entraves para essa aventura são os vistos. Para a América do Sul e Central, não é preciso, mas para os EUA e Canadá sim. Para tudo!

Bom o visto Americano eu tenho, válido por 10 anos. Agora era providenciar o visto Canadense, pois para tirá-lo é necessário 40 dias úteis, prazo esse que não tenho. Então o que fazer? Bem, pensei o seguinte:

-Vou com eles até os Estados Unidos, se não conseguir o visto lá para entrar no Canadá, fico rodando pela América até eles voltarem. Aproveito a viagem para ir visitar meu amigo Rangel, Grazi e Manu em Connecticut e assim não deixo de participar dessa aventura.


Bom, espero ter esclarecido um pouco nesses textos iniciais minha vida de motociclista e minhas aventuras. A partir de agora, vamos aos preparativos para a viagem, marcada para a segunda quinzena de abril.

Abraços. 




MEDO DO DESCONHECIDO.

“O espaço, a fronteira final... Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos para explorar novos mundos, pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo, onde nenhum homem jamais esteve.” 
Star Trek



Penso que nosso medo do desconhecido nos impede de realizar grandes sonhos. Viver grandes aventuras faz parte da essência da vida humana, seja ela na real ou na ficção.

Toda vez que comento com amigos que vou nessa grande aventura para o Alaska, uma pergunta sempre vem. Vai com quem? Começo logo a rir da cara de espanto deles, quando falo que conheci, se isso é conhecer alguém, os outros participantes, através de um site onde pessoas, que como eu procuram viver a vida de forma diferente, e ai a resposta, para essa pergunta é simples, vou com um pessoal de Santa Catarina.

Já tive experiência anterior, isso em 2014, em viajar pela América do Sul, com um motociclista que conheci no site do mochileiros.com , confesso que poderia ter sido melhor, mas no final das contas, foi boa a aventura, conheci lugares maravilhosos.






Nessa nova aventura, solicitei aos participantes que me falassem um pouco de suas experiências com viagens e dessa forma apresento a vocês quem somos nós.

Eu, Rogério, 57 anos, aposentado, de Belo Horizonte/MG Já fiz diversas viagens pelo Brasil e em 2014, fui rodar a América do Sul. Tenho uma BMW GS 1200.

Edison, 56 anos, aposentado, moto BMW F800 GS. Várias viagens pelo Brasil e para o exterior a mais longa foi para o Atacama em 2013. E um monte de viagenzinhas curtas para o Uruguai, quintal de casa.

Nilton 56 anos, de Criciúma/SC, moto GS 1200 adventure. Viagens algumas pelo Brasil, Santiago e San Pedro de Atacama, Machu Picchu e Ushuaia.

Ricardo 36 anos, de Orleans/SC, moto Suzuki V-Strom 1000, Viagens apenas pelo Brasil.

Então é isso, esses são meus parceiros. Quem venha o Alaska e que possamos curtir, essa viagem com muita saúde, alegria e que seja a primeira de muitas outras

A todos, como diria o  Mr. Spock, "vida longa e próspera"

A VIDA É FEITA DE DESAFIOS.


Nessa vida, somos desafiados desde o dia em que nascemos. Desde sempre, somos obrigados a enfrentar desafios que nos fazem crescer como ser humano.

Neste contexto de sermos desafiados, muitas vezes somos tomados pelo temor de não conseguir nossos objetivos, sejam eles em casa, na escola, no trabalho, no amor, enfim na sociedade em que vivemos.

A cada dia que vivemos nossas experiências, estas servem para nos fortalecer e nos tornar capazes de enfrentar desafios cada dia maiores.

Toda vez que falo que meu desejo de ir para o Alaska de moto, sou questionado por meus pares se estou no meu perfeito juízo. Afinal são cerca de quatro meses de viagem, mais de dez países, línguas diferentes da minha e, sobretudo 25.000 Km de distância que me separa de meu objetivo final, isso sem contar a mesma distância para a volta.

Para todos que me questionam, fica a frase de Shakespeare. 

Então deixem que eu viva meus desafios, quero alcançar meus objetivos e viver sem morrer várias vezes.


EU E M.


“Sonhos
De que nos servem,
Se não nos ensinaram a realizá-los?
Sonhos que não se concretizam,
são pesadelos diários.
E viver sem sonhar?
Vale?
Sonhos sem vida,
vidas de sonhos...
Sonhos vividos
Sonhos sonhados...
E a vida?
espera? “ 
Luciete Valente



Depois da viagem pela América do Sul, achei que ainda tinha mais lenha para queimar nessa minha vida de motociclista, motoqueiro, motoboy (risos), sei lá como as pessoas me chamam quando me veem passar andando de moto. O certo é que, se elas soubessem como é bom. Ah! Garanto que estariam junto de mim ou ao meu lado.






Bom, minha Gs800 já estava com 85.000 Km bem rodados e resolvi que estava na hora de trocar minha companheira. Resolvi então procurar meu amigo Webson, para me ajudar a trocar minha moto. 

Agora queria dar um pulo maior, queria uma R 1200 GS, afinal de contas ele agora tinha uma, não pensem que era inveja dele não, simplesmente, fui andar na moto dele e já viu né, uma nova paixão cresceu nesse meu coração combalido, por um amor que ficou para trás.

Webson, é um cara diferenciado, um amigo verdadeiro. E não é que ele procurando em sites de vendas, fez uma planilha e começou a olhar todas as motos disponíveis e achou uma em São Paulo! O Amigo é muito fera. E lá fomos nós dois, eu de garupa buscar a moto em novembro de 2016. Andar na garupa é dose, mas valeu a pena.




Uma coisa que nunca tinha feito antes e que resolvi fazer com a GS1200, foi batizá-la, logo a chamei de M, em homenagem a minha amiga Margô.

Com M em minhas mãos a cabeça cheia de dúvidas e ainda com uma dor no coração, resolvi que tinha que tinha que voltar a sonhar. E como o texto da Luciete Valente diz:

“Sonhos sem vida,
vidas de sonhos...
Sonhos vividos
Sonhos sonhados...
E a vida?
espera?”

Ah! A vida não espera não. Sonhos sonhados tem que ser vividos hoje, não deixe para depois.

E que venha o Alaska.


A BMW ENTROU NA MINHA VIDA.

Como falei anteriormente, troquei a CB1300 por uma XT660. Não gostei da moto e tratei de trocá-la rápido.

Nessa época, encontrei um amigo de longa data. Webson, tinha trabalhado comigo na Funed e já não o via há anos. Para minha surpresa ele estava com uma F800 GS, laranja, linda a moto. De cara fiquei apaixonado pela BM e tratei logo de pesquisar no mercado uma moto igual à dele, pois a paixão por ela foi imediata.




Não precisei de muito esforço para encontrar uma F 800 GS igual a do Webson. Sabe aquele cara que vende tudo? (risos)  Então. O Webson é esse cara. Logo que falei que queria uma moto igual a dele, o camarada, propôs uma troca, ele ficava com minha XT e eu com a F800, claro que aceitei.



Na F800, fiz muitas viagens pelo interior de Minas com meu amigo Webson, mas confesso que isso já não me satisfazia, pois queria grandes aventuras. Rodar o Brasil é maravilhoso, mas queria algo diferente, queria viajar para outros países, e passei então a procurar na internet, relatos de viagens, para que eu pudesse planejar a minha primeira grande viagem para fora do Brasil.




Em Abril de 2013, achei um motociclista e ai começou minha aventura dessa forma:

De: Rocha Santos <rocha_santos@hotmail.com>
Para:
 "mcs.1981@yahoo.com.br" <mcs.1981@yahoo.com.br> 
Enviadas:
 Segunda-feira, 22 de Abril de 2013 11:21
Assunto:
 Expedição Machu Picchu 2014

Olá Michel!, bom dia!

Tenho acompanhado através do site mochileiros sua proposta, também tenho interesse em participar desta aventura. Já tem roteiro, data de saída? Moro em BH tenho uma F 800 GS. Quantas pessoas já confirmaram?

Nem preciso falar que de Abril de 2013, até primeiro de junho de 2014, foi um tormento, mas valeu a pena. Se quiserem conferir, veja ai nos links nossas aventuras pelo Brasil, até o Acre, Peru, Chile e Argentina e novamente retornando ao Brasil por Foz do Iguaçu. Foi uma trip e tanto.


















MINHAS MOTOS. MINHAS VIAGENS


Na lista da minhas motos, tive DT 180, que viajei com minha primeira esposa para Porto Seguro. Uma XLX 250, minha primeira moto de “alta” cilindrada, que enterrei no terraço do meu apartamento (risos). 












Por algum tempo, meu amigo Emerson, me emprestou uma RDZ 135, pois a barra tava pesada e não tinha dinheiro para comprar uma nova moto. 


Quando as coisas melhoraram, comprei uma CG 125, minha primeira moto após longo período andando com a RDZ do Emerson. Fiquei pouco tempo com ela, e consegui comprar uma Fazer 250, que foi a moto que me fez pensar que novamente podia voltar a fazer grandes viagens pelo Brasil e foi com ela que fui novamente para Porto Seguro na Bahia, agora acompanhado com meu irmão e amigo Emerson.





Falo para todas a pessoas que me conhecem e ainda dizem que sou louco por viajar de moto, que só quem anda de motocicleta é que sabe a sensação de prazer, de liberdade que ela dá e essa frase não é um chichê, é a pura verdade.


Minha primeira moto de alta cilindrada, de verdade, foi a Hornet, uma 600 cilindradas da Honda. A primeira vez que a vi, foi para conhecê-la no shoping Del Rey, aqui em Belo Horizonte. Fellipe foi comigo. Ficamos de boca aberta com o barulho que ela fazia e não deu outra, comprei a danada.





Com a Hornet, viajei com o Maurão meu primo e com o Emerson que morava em Campinas. Nessa época, fomos até Blumenau para a Oktuberfest. Foi uma viagem e tanto. 

Fiz outra viagem com ela também, fomos para a Serra do Rio do Rastro em Santa Catarina,  fui até Caxias do Sul, agora com o Maurão e com o Sérgio amigo dele, lugar maravilhoso, que voltei agora em 2016, como Giovani e o Euler.



Já cansado da Hornet, pensei grande. Comprei uma CB1300 SF, Hollywood, linda, maravilhosa, tudo de bom. Com ela, fomos eu e o Emerson para Fortaleza em 2008 e para Rondonópolis no outro ano.


Tive que vender a CB1300 e como estava difícil, aceitei uma XT660 na troca, mas essa não durou muito comigo. Mas isso, vou contar daqui a pouco, no texto a seguir quando a BMW entrou na minha vida.


VIDA DE MOTOCICLISTA. O COMEÇO.

Bom dia a todos!. Hoje começo a escrever sobre minha viagem para o Alaska agora em abril de 2017.

Primeiramente, vou falar um pouco da minha vida como motociclista, pois entendo ser interessante que todos saibam que não é uma decisão de última hora, mas a realização de um sonho.

Tenho hoje 57 anos, sou pai de Fellipe de 23 anos, pai e filho motociclistas. Tenho moto desde os 22 anos e em toda a minha vida de motociclista, só tive um acidente, que foi quando atropelei duas pessoas, que graças a Deus só tiveram ferimentos leves. Fellipe hoje também anda de moto, e digo sempre para ele:

- Com moto não se brinca. Ela não tem limite. Se você não tiver, ela não tem.

Bom, comecei a andar de moto no final dos anos 70. Primeiro como garupa na moto do meu amigo Ricardo Rodrigues, que trabalhou comigo na Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais e que de vez em quando me dava carona quando íamos jogar bola.

O gosto pela motocicleta veio logo após aprender a andar de moto. Marcinho meu vizinho que hoje se encontra no  céu, espero sem estar tomando umas, foi meu primeiro amigo de infância a comprar uma Yamaha 125 e a me emprestar para aprender a andar. Confesso que no primeiro momento, foi frustrante, pois a coordenação motora não ajudou muito, mas felizmente, além de conseguir controlar a emoção, consegui tomar gosto pela coisa.

Nessa época tinha um fusquinha 1976 1300L, que já pelos idos da década de 80 já funcionava flex, pois o preço da gasolina era absurdo e para poder andar com o carro tinha que completar o tanque com álcool.

Minha primeira motocicleta comprei vendendo o fusca. Quando falei com meu pai que iria vender o carro e comprar uma moto, ele ficou muito bravo. Falou que motocicleta era coisa de bandido entre outras coisas, mas dessa vez, e foram poucas às vezes, pois sempre respeitei suas opiniões, consegui argumentar com meu pai e finalmente comprei a tão sonhada moto. Era uma RX 180 Avant, vermelha, não durou um mês comigo. O amigo do alheio a levou antes que o final da manhã acabasse. Não esqueço a sensação de chegar onde tinha deixado a moto e não encontra-lá. Essa situação ficou tão marcada em minha vida que não esqueço a placa AR812 e o chassi da moto 5M2001538.





Após passar pela decepção de ter um bem material roubado, adquirido com muito custo e com sacrifício, fui surpreendido por meu pai que vendo aquela situação, meu deu um cheque, não lembro o valor, mas que deu para dar entrada em uma nova moto. 



Depois que tive a RX 180 vermelha avant  roubada, comprei outra. Agora uma RX 180 custon. A partir dela começaram minhas viagens por esse Brasil afora. Lembro que minha primeira viagem, foi para a praia de São Francisco no litoral do Rio de Janeiro.


E assim começou minha vida de motociclista e viajante.