Nonagésimo segundo dia.
Hoje termino de contar
essa aventura que durou noventa e dois dias, foram dias maravilhosos, grandes
aventuras e também a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas que junto
comigo viveram essa aventura, sejam elas as que comigo foram viajar ou
simplesmente curtiram essa viagem através do blog.
Foram onze países e cerca
de sessenta cidades que conheci, relaciono aqui as que dormi, para que possam
lembrar de cada uma delas e se quiserem recordar ler os textos que escrevi no
final de cada dia. Começo pelo BRASIL: Paranaíba, Campo Grande, Corumbá, BOLÍVIA: Roboré, Cochabamba, La Paz, PERU: Copacabana,
Puno, Arequipa, Ocana, Nasca, Lima, Chiclayo, Huaquilas, EQUADOR: Tumpaco, Quito,
Pesto, COLÔMBIA:
Pasto, Cali, Medelin, Sincelejo, Cartagena de ìndias, Bello, Bogotá,
PANAMÁ, Cidade
do Panamá, David, COSTA RICA: Puncarena,
Libéria, NICARÁGUA:
Manágua, HONDURAS: Tegucigalpa, GUATEMALA: Chiquimula,
Heuheutemango, Cidade da Guatemala, MÉXICO: Arriaga, Marquelia, Acapulgo, Matehuala,
Heróica Matamoros, Monterrey, Isla, EUA: Nova York, Washington, Forpayne, Hankamer,
Laredo, San Antônio, Artesia, Galup, Kingman, Las Vegas, Firebaugh, Lovelook,
Green River, Minden, Pitsburg, Straford.
A viagem como já disse foi
maravilhosa, mas também cheia de riscos, foram estradas sinuosas, com grande
volume de ônibus e caminhões, serras intermináveis, chuva, rios transbordando,
policiais corruptos e acidentes.
Nessa viagem só não contei dos
acidentes, pois não queria deixar minha família preocupada e tampouco a do
Nilton, Ricardo e Gaúcho, mas felizmente tudo não passou de um susto.
O primeiro tombo que tomei foi na
rodovia da morte na Bolívia no dia 02/05/2017. Saímos cedo do hotel para
conhecer a RUTA DE LA MUERTE ou DEAD ROAD como é conhecida internacionalmente.
Chegamos no início da estrada e como já tinha comentado, meu ABS parou de
funcionar. Pensei comigo. Ah! Vai ser só subida mesmo e como vamos andar
devagar, não vou precisar de ABS. Começamos a subida de forma tranquila, eu por
último, ia tirando fotos com o celular, ficando cada vez mais maravilhado com a
paisagem. Em certo momento, vi que tinha um pequeno trecho mais íngreme e como
estava tirando fotos, coloquei o celular no bolso e me preparei para transpor o
pequeno morro. Iniciei a subida de segunda marcha e no meio dela a moto começou
a bater pino e a sensação de que ela ia apagar fez com que eu tentasse voltar
para a primeira marcha. Não deu. Apertei o freio e para meu desespero a moto
começou a voltar de ré. Olhei para a direita e era só abismo, olhei para a
esquerda e só tinha pedra, Meu Deus! O que faço agora? Tombei o corpo para a
esquerda e só senti meu rosto batendo nas pedras. Por sorte o local que bati
foi em uma pedra chapada. Senti o sangue jorrar do nariz, fiquei branco como
giz. Nesse momento percebi que vinha um pessoal nativo me socorrer, era muito
sangue. Olhei para a estrada mais a frente e vi o Nilton e o Ricardo descendo correndo,
já perguntando se eu estava bem. Respondi que sim, que só estava um pouco
assustado. Nossa! o sangue escorria que era uma beleza, mas graças a Deus não
quebrei nada, foi apenas o susto. Ricardo levou a moto para um local mais
seguro logo acima de onde tinha caído e eu fui andando atrás já pensando como
ia explicar o ferimento no nariz. Foi aí que combinamos que iríamos falar que
fui alvo de uma pedra por estar com o capacete aberto. Na verdade fui, mas eu
que fui de encontro a ela.
O outro tombo foi no dia 31/05/2017,
estávamos já na Guatemala, indo em direção a Heuheutenango, tudo corria bem,
quando nos deparamos com um trânsito infernal na cidade de Chimaltenango, vi que
o pessoal de moto passava pelo acostamento e lá fui eu atrás, devagar. Não sei
o que fiz, só vi quando bati na roda de um caminhão que trafegava devagar e
girei em cima da moto. Bati com as costas em um estribo de uma camionete que
estava parada no acostamento. Nossa que dor. Vi o Nilton se aproximar e
perguntar se eu estava bem, falei que sim. Por sorte não cai em baixo do
caminhão e nem a moto caiu em cima de mim. Levantei rápido, mas a dor era intensa.
Ficamos uns cinco minutos parados enquanto eu pagava ao cidadão, o conserto da
porta da camionete. Nem um arranhão nela, mas como estava errado paguei.
Seguimos em frente e logo no primeiro posto paramos. Quase desmaiei de dor
quando desci da moto. Nilton e Ricardo insistiram para que eu fosse ao hospital
local, acabei concordando pois era muita dor. Chegamos ao hospital e fui muito
bem atendido, tirei uma radiografia e nada de costela quebrada, comprei os
remédios que o médico receitou e andamos até chegar ao nosso destino do dia.
Bom tirando tudo isso, agradeço a DEUS
por ter me segurado nessas duas quedas, se Ele não estivesse comigo, teria
acontecido algo muito pior.
Bom finalmente encerro hoje meu blog.
Novamente agradeço os quase 42.000 acessos, mais de 800 comentários e 31.000 Km
rodados. Infelizmente não consegui voltar pilotando como queria.
Quero agradecer novamente ao Nilton,
Ricardo e Edison por terem me aceitado no grupo, foi muito bom viajar com
vocês.
A cada dia que vivemos nossas experiências, estas servem
para nos fortalecer e nos tornar capazes de enfrentar desafios cada dia
maiores.
Rocha
Obrigado, beijos fiquem
com Deus